Em homenagem a minha nova amiga Sayonara Montenegro.
Viajei. Tomei a direção oposta.
Toquei em tudo o que foi proibido
nessas centenas de anos que reencarnei.
Fui vagabunda e corriqueira.
Bruxa e duende.
Dancei a dança do ventre
completamente nua.
Fiz a carne dos homens arder.
Por isso, o fogo nas palavras,
a poesia
sacrificada.
E cá estou,
olhando a voracidade do monstro
solto pelo quarto.
Estou à mercê de sua brutalidade
e sua selvageria.
Tateio meu corpo e sua extensão
não é mais do que a pele.
Ardo em febre de silêncio e volúpia
e minha imprudência te olha despedaçado.
E na arena, rezando para que solte os leões,
me renuncio e ardo.