Sou um homem que se desfolha
em partes íntimas
enquanto debulhas tuas contas
em pequeninos grãos de bordados.
Procuro angustiado tuas frestas
esgueirando-me em precipícios
ouvindo distante tua pesada respiração.
Teu corpo me some entre as mãos
e se converte em várias bifurcações
onde me perco.
Não há portas.
Não há grades.
Apenas um homem que se descobre
na tua sombra despojada,
refúgio embrutecido de palavras.