quarta-feira, 16 de setembro de 2009

QUANDO ME DEITAS




Quando me deitas
vais abrindo meus caminhos lentamente
tocando os vãos, desvãos inacabados,
cheios de silêncios mórbidos.
Teu olhar me suga, vertiginosamente,
enquanto murmuras águas marinhas,
algas e um tanto de sal.
Pareces pequeno.
No entanto, consegues envolver-me
despojada e extrema
no teu peito vasto.

Quando me deitas
e percorres lentamente meus caminhos,
minhas flores se entregam nesse claustro
de anseios e sussurros.
E as tuas palavras, as mais doces,
vão queimando os muros,
lençóis e o pequeno quarto.
Pareces pequeno.
No entanto, abranges inocente,
todos os meus cantos e recantos.
E tudo é gozo de tanto tempo.
E tudo é cio e umidade.

2 comentários:

Moacy Cirne disse...

Doce e expressivo.
Forte e aconchegante.
Assim é o seu
fazer poético.
E aqui mais do que nunca.
Que beleza de poema, Menina!

Um cheiro.

BAR DO BARDO disse...

Sim, belo!