sexta-feira, 30 de outubro de 2009
CANTARES X
X
No canto do mundo
Há um doce estranhamento.
Minha pouca vestimenta
É uma grande ameaça
Para quem não fala
Minha estranha língua.
Quem ousa entrar
Na casa dos meus ontens
Sem nojo do meu grito?
Estou à beira de uma palavra
E nada salva
Esta última chama acesa.
domingo, 25 de outubro de 2009
ALGUMAS NOITES
Também umas noites
te percebo acordado
pousando os teus olhos sobre mim.
E o peso desse olhar
alarga esse peito de pluma
que voa ao teu encontro.
Há algumas noites de velas,
de pesadelos e assombrações,
uns vitrais esquisitos
umas odes, uns areais
e essa febre de dentro
queimando nas palavras.
Penso no pouso da ave
nesses sais de agosto.
Me fortaleço antes que o mundo acabe,
antes que eu me faça perdida
e cansada de algumas perguntas.
te percebo acordado
pousando os teus olhos sobre mim.
E o peso desse olhar
alarga esse peito de pluma
que voa ao teu encontro.
Há algumas noites de velas,
de pesadelos e assombrações,
uns vitrais esquisitos
umas odes, uns areais
e essa febre de dentro
queimando nas palavras.
Penso no pouso da ave
nesses sais de agosto.
Me fortaleço antes que o mundo acabe,
antes que eu me faça perdida
e cansada de algumas perguntas.
LENÇOL
Me ensina
a dizer de forma simples
as coisas que não entendo.
Me ensina a falar das falésias
que há no mar da minha vida.
Que eu fale dos demônios
que assombram minhas noites.
Que compreendam os cacos de vidros
que trago no rosto.
Que as palavras sejam tão simples e claras
quanto meu lençol de dormir a eternidade.
a dizer de forma simples
as coisas que não entendo.
Me ensina a falar das falésias
que há no mar da minha vida.
Que eu fale dos demônios
que assombram minhas noites.
Que compreendam os cacos de vidros
que trago no rosto.
Que as palavras sejam tão simples e claras
quanto meu lençol de dormir a eternidade.
domingo, 18 de outubro de 2009
CANTARES IX
IX
Não te reconheço.
Nem mesmo entendo teus dons,
Tuas noites queimantes,
Tuas horas flamejantes
De seculares desejos.
O que é o amor
Esse menino que me seca todos os dias?
O que eu busco escondido
Nuns olhos claros de água salobra?
Tenho as narinas e as veias estufadas.
Meu verso não suportaria
O peso da palavra não
Na tua boca.
Não te reconheço.
Nem mesmo entendo teus dons,
Tuas noites queimantes,
Tuas horas flamejantes
De seculares desejos.
O que é o amor
Esse menino que me seca todos os dias?
O que eu busco escondido
Nuns olhos claros de água salobra?
Tenho as narinas e as veias estufadas.
Meu verso não suportaria
O peso da palavra não
Na tua boca.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
CANTARES VIII
VIII
Quem, senão eu me refazendo extensa
Com dentes e pasto e mordeduras,
Sorvendo as horas que não passam,
Aprendendo demoras?
Desfio pequenos rosários
E não encontro o mais fundo de ti.
Então escrevo, procuro em vão
Minha cálida matéria.
Que eu te leve torto,
Suspenso, sem qualquer asa
Porque a mim importa
A peçonha aveludada,
A dor mais funda
Quando me percorres.
Quem, senão eu me refazendo extensa
Com dentes e pasto e mordeduras,
Sorvendo as horas que não passam,
Aprendendo demoras?
Desfio pequenos rosários
E não encontro o mais fundo de ti.
Então escrevo, procuro em vão
Minha cálida matéria.
Que eu te leve torto,
Suspenso, sem qualquer asa
Porque a mim importa
A peçonha aveludada,
A dor mais funda
Quando me percorres.
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