Hoje, estou pequena demais. Cansa-me a casa, o quarto, a rudeza do dia. Tudo é vidro estilhaçado junto à janela. Pesa-me a alma. Pesa-me tanto que me torno impossível de um ato de carinho. Não quero mais esse rosto de tantos anos. Também não quero a maturidade de quem já sabe o que fazer com quadros antigos. Quero a criança que fui, tão constrangida. Quero o colo de minha mãe pra deitar-me como a primeira vez. Quero a leveza das coisas pra poder respirar e pular as janelas, inclusive as que dão aos abismos. Eu não sou uma flor. Sou uma mulher com muitos espinhos.
5 comentários:
Jeanne, tem dias na minha vida que seu poema reflete o cansaço da minha alma. Lindo!!!!!!!!!!!!!
obrigada Amadja. bjos
Este texto me toca profundamente. Amei teu trabalho, Jeanne. Te encontrei no balaio. :)
Beijo.
É minha flor...nessa lida de ser mulher, desafio é desconstruir a dor...redescobrir as passos saltitantes da infância na alma.
Também anseio muito por isso...
Tenho conseguido sempre pensando que a vida precisa ser mais dádivas que dívidas...tributos de meu coração.
Beijo.
Obrigada Nydia. Moacy sempre maravilhoso comigo no Balaio. Bjos pra ti tbm Liebe. Voltem sempre.
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