sábado, 1 de agosto de 2009

CANTARES IV

Perco folhas expondo ternura.
Pinto cavernas em transe absoluto.
Me percorri extrema e cuidadosa
Pra vir do fundo, esquiva e retalhada.
Há mistério de nudez sagrada
Na estátua branca de ventre exposto.
Desvendei a secreta passagem
Do teu lado esquerdo.
Canto um hino sacro
Em volta do oratório herdado.
Queimo minha língua imerecida
No incenso do teu corpo.
Em amor, me refazendo.

6 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Seus textos superam muito do que leio na rede.

Isso é um elogio.

Parabéns!

Mantenha o ímpeto, Jeanne!!!

Jeanne Araujo disse...

Obrigada Henrique, mesmo. No momento estou tentando publicar meu livro. Chama-se "Monte de Vênus". Um bjo e obrigada pelo carinho.

Moacy Cirne disse...

Jeanne:
Gostei muito de seu poema,
de tal forma que já se encontra no Balaio.
Um beijo.

Encontro-me em Natal. E você?

Marcelo Novaes disse...

Jeanne,



Há mistério de nudez sagrada
Na estátua branca de ventre exposto...




Isso é rítmico e "clássico", ao mesmo tempo. No melhor sentido do termo. Aquela dicção que transita do coloquial luxuoso ao quase-solene. Muito bom!







Beijos,










Marcelo.

Jeanne Araujo disse...

Obrigada Marcelo...mas juro q o verso sai assim, como se alguém soprasse em meu ouvido. Raramente refaço algum. grande bjo.

Maria Paula Alvim disse...

Muiiito bom, Jeanne. Te encontrei lá no Balaio Porreta. Abraço.